Sempre na senda do alargamento do âmbito das actividades da "Carl Orff - Projecto de Educação Musical" vimos agora apresentar o nosso mais recente projecto: as Viagens Musicais.
Dirigidas a adultos ou famílias e abertas a todos, para além dos alunos e pais da nossa escola, eis que surge a primeira viagem a pretexto do 4ª centenário do nascimento de Padre António Vieira. O programa é cheio e pretende alargar horizontes musicais dentro do conceito de turismo cultural.
Ora vejamos:
Programa
1º dia - 6 de Fevereiro
8h30 - Saída do Porto em autocarro de turismo Ponto de encontro: Fonte da Luz, Matosinhos.
12h00 -Ckeck-in Residencial Itália.
12h30 - Almoço de grupo (incluído) no Infante - Algés.
14h30 - Leituras por escritores de Vieira. Escolha e leitura de sermões feita por cinco escritores portugueses em vários espaços do Centro Cultural de Belém.
18h30 - Filme “Palavra e Utopia” de Manoel de Oliveira (2000).
20h00 - Jantar de grupo (incluído) no Vasco da Gama - Belém.
21h30 - Concerto “Foi-nos um céu também” interpretado por Divino Sospiro e Coro Ufficium. Pequeno auditório do CCB.
2º dia - 7 de Fevereiro9h30 - Visita ao Museu do Fado e da Guitarra Portuguesa (guiada)
12h30 - Almoço livre na zona de Alfama.
15h30 - Regresso ao Porto
INSCRIÇÕES E INFORAÇÕES adicionais, escrever para
projecto.carlorff@gmail.comQuatrocentos apocalípticos anos depois do nascimento do Padre António Vieira, os versos de Pessoa, seu discípulo sebastiânico, tornaram-se um lugar profeticamente comum: este “imperador da língua portuguesa,/ foi-nos um céu também”. Nada como um espelho de água para reflectir a abóbada celeste, daí esta missa barroca com intrusões profanas onde as vozes do Vieira místico e diplomata, como as do político e visionário, se interlaçam nas melodias de Arcangelo Corelli, Duarte Lobo, Alessandro Stradella, Luigi Rossi ou Jean-Fery Rebel além do seu dilecto amigo e Rei, Dom João IV. Cada parte litúrgica, acrescentada por temas populares e de câmara, terá correspondência aos momentos sombrios ou luminosos de uma vida que marcou pela palavra e pelo gesto os ritmos do mundo. Na corte ou na selva, o homem febril que fala uma língua de fogo e sonha uma harmonia capaz de vencer o caos de Babel é o mesmo que experimenta o sofrimento do escravo, do índio e do cristão-novo. Oiçamos as estrelas, a música, a palavra. “Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras. Como hão-de ser as palavras? Como as estrelas são muito distintas e muito claras.” João Paulo Cotrim